terça-feira, 17 de abril de 2012

Papa Bento XVI e o YOUCAT

Pope Benedict with YOUCAT
Queridos amigos e jovens!Hoje recomendo-vos ler um livro invulgar. É invulgar pelo seu conteúdo e também pelo modo como surgiu. Gostaria de vos contar um pouco sobre como este livro surgiu, porque logo ficará claro o que ele tem de especial.
Digamos que ele nasceu de uma outra obra, cuja génese remonta aos anos 80. Tanto para a Igreja como para a sociedade mundial era um tempo difícil, em que eram necessárias novas orientações para encontrar o caminho do futuro. Após o Concílio Vaticano II (1962-1965) e numa situação cultural alterada, muitos já não sabiam ao certo em que os cristãos realmente acreditavam, o que a Igreja ensinava e se ela, no fundo, podia ensinar algo, e como tudo isto se inseria numa cultura alterada pelas bases. Não foi o Cristianismo ultrapassado enquanto tal? Pode hoje ser-se crente com a razão? Estas eram questões que até os bons cristãos se colocavam.
O Papa João Paulo II tomou então uma resolução audaz. Decidiu que os bispos de todo o mundo deveriam escrever um livro em que pudessem apresentar tais respostas. Ele confiou-me a tarefa de coordenar o trabalho dos bispos e fazer com que, dos seus contributos, surgisse um livro, um verdadeiro livro, não uma composição de diversos textos. Ele deveria ter o título antiquado de Catecismo da Igreja Católica, mas deveria ser totalmente excitante e novo. Deveria mostrar aquilo em que a Igreja Católica hoje crê e como se pode crer razoavelmente.
Fiquei assustado com essa missão. Tenho de confessar: duvidei de que isso fosse exequível. Pois como seria possível que autores espalhados por todo o mundo compusessem juntos um livro legível? Como poderiam pessoas que vivem em diferentes continentes, não apenas geográficos, mas também intelectuais e espirituais, conseguir juntas um texto que tivesse coesão interna e fosse compreensível em todos os continentes? Ocorreu também que estes bispos deveriam escrever não simplesmente como autores individuais, mas também em contacto com os seus irmãos no episcopado, com as Igrejas locais. Tenho de confessar: ainda hoje, continua a parecer-me um prodígio que esse plano tenha resultado.
Cerca de duas ou três vezes por ano, durante uma semana inteira, encontrávamo-nos para discutir apaixonadamente cada uma das partes que entretanto iam crescendo. Sem dúvida, o primeiro passo foi determinar a estrutura do livro. Ele deveria ser simples, para que os vários grupos de autores, que nós fixámos, pudessem assumir tarefas claras e não tivessem de inserir à força as suas declarações num sistema complexo. Trata-se precisamente da estrutura que encontrais neste livro. É simplesmente retirada da experiência catequética secular: «Em que cremos», «Como celebramos os mistérios cristãos», «A vida em Cristo», «Como devemos orar». Não quero narrar agora como lentamente nos debatemos com a totalidade das questões, até finalmente daí surgir um verdadeiro livro. Numa tal obra pode-se naturalmente criticar algo ou até muito: tudo o que o ser humano faz é insuficiente e pode ser melhorado. Não obstante, é um grande livro: um testemunho da unidade na diversidade. De muitas vozes pôde constituir-se um coro comum, porque tínhamos a partitura comum da fé que a Igreja transmitiu desde os Apóstolos.

Porque conto tudo isto?Tínhamos já tido em conta, durante a composição do livro, que não apenas os continentes e as culturas eram diversos, mas também que dentro das sociedades ainda existiam vários “continentes”: o operário pensa diferente do agricultor, o físico do filólogo, o empresário do jornalista, o jovem do sénior. Portanto, tínhamos de nos estabelecer, em termos de língua e de pensamento, acima de todas estas diferenças, isto é, procurar o espaço da “comunhão” entre os diferentes mundos do pensamento. Assim, tornámo-nos ainda mais conscientes de que o texto necessitava de “traduções” nos diferentes mundos vitais, para aí tocar as pessoas nos seus próprios pensamentos e questões.

Nas Jornadas Mundiais da Juventude que se seguiram – Roma, Toronto, Colónia, Sidney – encontraram-se jovens de todo o mundo. Eles desejam crer, procuram Deus, amam Cristo e querem um caminho de comunhão. Neste contexto, surgiu um pensamento: não deveríamos procurar traduzir o Catecismo da Igreja Católica na linguagem dos jovens, introduzindo as suas grandes afirmações no mundo dos jovens? É claro que também existem muitas diferenças na juventude mundial contemporânea.
Assim surgiu, sob a experiente orientação do arcebispo de Viena, Christoph Schönborn, um “Youcat” para os jovens. Espero que muitos jovens se deixem fascinar por este livro.

Muitas pessoas me dizem: os jovens de hoje não se interessam por isso. Duvido de que isto seja verdade e estou certo do que digo. Os jovens de hoje não são tão superficiais como se diz deles. Eles querem saber realmente o que é a vida. Um romance policial é excitante porque nos insere no destino de outras pessoas, que também poderia ser o nosso. Este livro é cativante porque fala do nosso próprio destino, pelo que está profundamente próximo de cada um de nós.

Assim vos convido: estudai o catecismo! Este é o desejo do meu coração.

Este catecismo não fala ao vosso gosto, nem vai pelo facilitismo. Na verdade, ele exige de vós uma vida nova. Ele apresenta-vos a mensagem do Evangelho como uma «pérola preciosa» (MT 13,46), pela qual se tem de dar tudo. Peço-vos, portanto: estudai o catecismo com paixão e perseverança! Para isso, sacrificai tempo! Estudai-o no silêncio do vosso quarto, lede-o enquanto casal se estiverdes a namorar, formai grupos de estudo e redes sociais, partilhai-o entre vós na Internet! Permanecei deste modo num diálogo sobre a vossa fé!
Tendes de saber em que credes. Tendes de conhecer a vossa fé como um especialista em tecnologia domina o sistema funcional de um computador. Tendes de a compreender como um bom músico entende uma partitura. Sim, tendes de estar enraizados na fé ainda mais profundamente que a geração dos vossos pais, para enfrentar os desafios e as tentações deste tempo com força e determinação. Precisais da ajuda divina para que a vossa fé não seque como uma gota de orvalho ao sol, para não sucumbirdes às aliciações do consumismo, para que o vosso amor não se afunde na pornografia, para não trairdes os fracos nem abandonardes os que foram vitimados.
Se, pois, cheios de zelo pretenderdes dedicar-vos ao estudo do catecismo, gostaria de vos dizer uma última coisa para a vossa caminhada: sabeis todos quão profundamente a comunhão dos crentes foi ferida nos últimos tempos pelo ataque do mal, com
a infiltração do pecado no íntimo da Igreja, isto é, no seu coração.
Não o tomeis como pretexto para fugir do rosto de Deus!
Vós próprios sois o corpo de Cristo, a Igreja! Trazei à Igreja o fogo inestinguível do vosso amor sempre que o seu rosto for desfigurado! «Sede diligentes, sem preguiça, fervorosos no espírito, servindo o Senhor!» (RM 12,11)
Quando Israel se encontrava na situação mais profunda da sua história, Deus não pediu ajuda aos grandes ou aos notáveis, mas a um jovem chamado Jeremias. Este pensou ter-se tratado de um exagero: «Ah, Senhor Deus! Não sei falar, porque ainda sou um menino.» (JR 1,6) Deus, porém, não ficou desconcertado:
«Não digas: Eu sou um menino! Porque irás a todos a quem Eu te enviar; e falarás tudo quanto te ordenar!» (JR 1,7)

Dou-vos a minha bênção e oro cada dia por todos vós.
Sign of Pope Benedict XVI

Apostasia no Mundo

Papa Bento XVI condena apelo à desobediência na Igreja
05.04.2012 - CIDADE DO VATICANO, -O Papa Bento XVI condenou nesta quinta-feira os apelos à desobediência, tais como os lançados na Áustria pela ordenação de mulheres. O pontífice considerou que esta atitude constitui um "impulso desesperado" e não é o caminho para a renovação de uma igreja, que está "em uma situação dramática".
"Recentemente, um grupo de sacerdotes de um país europeu fez um apelo à desobediência, também deram exemplos concretos de como expressar essa desobediência", relatou o Papa para 1.600 cardeais, bispos e padres reunidos na Basílica de São Pedro, por ocasião da solene "Missa Crismal", a primeira da Quinta-Feira Santa.
Esta contestação, afirmou, é a favor da ordenação de mulheres. Sobre isso, "João Paulo II já havia declarado, de maneira irrevogável, que a Igreja não recebeu qualquer autorização do Senhor para tanto".
O Papa respondeu ao movimento austríaco "Iniciativa dos padres", que fez em junho de 2011 um "apelo à desobediência religiosa" e um pedido por reformas na Igreja. Este movimento sempre foi muito bem recebido pelos fiéis e clero austríaco e em outros lugares.
"A desobediência é um caminho de renovar a Igreja?", perguntou o Papa, antes de contestar: "O que é necessário, é uma configuração a Cristo, e assim, necessariamente, uma renúncia da alardeada auto-realização".
"Mas como deve ser feita esta configuração a Cristo na situação dramática vivida pela Igreja hoje?", questionou o Papa.
Joseph Ratzinger reconheceu certa sinceridade nos esforços desses reformista.
"Queremos acreditar que os autores deste apelo são motivados por sua preocupação com a Igreja, convencidos de que temos de enfrentar a lentidão das instituições por medidas drásticas para abrir novos caminhos".
"Mas será que está correto agir com o ímpeto desesperado de transformar a Igreja de acordo com desejos e ideias pessoais?", questionou.
Segundo Bento XVI, o próprio Cristo havia "corrigido tradições humanas que ameaçavam sufocar a palavra e a vontade de Deus", opondo-se aos sacerdotes judeus de sua época. Mas ele fez isso "para despertar a verdadeira obediência à vontade de Deus".
O Papa negou que a Igreja Romana quer "defender o status quo, o endurecimento da tradição", referindo-se ao Concílio Vaticano II (1962-1965), que marcou a abertura da Igreja ao mundo moderno.
"Não! Quem olha a história da época pós-conciliar é capaz de reconhecer a dinâmica da verdadeira renovação, que frequentemente toma formas inesperadas em um movimento cheio de vida", disse.
Durante a missa, que é uma oportunidade dos padres renovarem a sua fidelidade à Igreja, o papa estimulou todos à excelência e a não serem meros servos da Igreja: os fiéis "nunca devem ter a sensação de que cumprimos o nosso cronograma de trabalho, mas que antes e depois nos preocupamos com nós mesmos".
"Um padre nunca pertence a si mesmo", concluiu.
Fonte: Terra noticias
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Nota de  www.rainhamaria.com.br
Diz na Sagrada Escritura:
"Ai de vós, filhos rebeldes! - oráculo de Javé. Fazeis planos que não nascem de Mim, fazeis acordos sem a minha inspiração, de maneira que amontoais erros e mais erros". (Isaías 30,1)
"Porque amavam mais a glória dos homens do que a glória de Deus." (Jo 12, 43)