Papa Bento XVI condena apelo à desobediência na Igreja
05.04.2012 - CIDADE DO VATICANO, -O Papa Bento XVI condenou nesta
quinta-feira os apelos à desobediência, tais como os lançados na Áustria
pela ordenação de mulheres. O pontífice considerou que
esta atitude constitui um "impulso desesperado" e não é o caminho para a
renovação de uma igreja, que está "em uma situação dramática".
"Recentemente, um grupo de sacerdotes de um país europeu fez um apelo à desobediência, também deram exemplos concretos de como expressar essa desobediência",
relatou o Papa para 1.600 cardeais, bispos e padres reunidos na
Basílica de São Pedro, por ocasião da solene "Missa Crismal", a primeira
da Quinta-Feira Santa.
Esta contestação, afirmou, é a favor da ordenação de mulheres. Sobre
isso, "João Paulo II já havia declarado, de maneira irrevogável, que a
Igreja não recebeu qualquer autorização do Senhor para tanto".
O Papa respondeu ao movimento austríaco "Iniciativa dos padres", que
fez em junho de 2011 um "apelo à desobediência religiosa" e um pedido
por reformas na Igreja. Este movimento sempre foi muito bem recebido
pelos fiéis e clero austríaco e em outros lugares.
"A desobediência é um caminho de renovar a Igreja?", perguntou o Papa,
antes de contestar: "O que é necessário, é uma configuração a Cristo, e
assim, necessariamente, uma renúncia da alardeada auto-realização".
"Mas como deve ser feita esta configuração a Cristo na situação dramática vivida pela Igreja hoje?", questionou o Papa.
Joseph Ratzinger reconheceu certa sinceridade nos esforços desses reformista.
"Queremos acreditar que os autores deste apelo são motivados por sua
preocupação com a Igreja, convencidos de que temos de enfrentar a
lentidão das instituições por medidas drásticas para abrir novos
caminhos".
"Mas será que está correto agir com o ímpeto desesperado de transformar
a Igreja de acordo com desejos e ideias pessoais?", questionou.
Segundo Bento XVI, o próprio Cristo havia "corrigido tradições humanas
que ameaçavam sufocar a palavra e a vontade de Deus", opondo-se aos
sacerdotes judeus de sua época. Mas ele fez isso "para despertar a
verdadeira obediência à vontade de Deus".
O Papa negou que a Igreja Romana quer "defender o status quo, o
endurecimento da tradição", referindo-se ao Concílio Vaticano II
(1962-1965), que marcou a abertura da Igreja ao mundo moderno.
"Não! Quem olha a história da época pós-conciliar é capaz de reconhecer
a dinâmica da verdadeira renovação, que frequentemente toma formas
inesperadas em um movimento cheio de vida", disse.
Durante a missa, que é uma oportunidade dos padres renovarem a sua
fidelidade à Igreja, o papa estimulou todos à excelência e a não serem
meros servos da Igreja: os fiéis "nunca devem ter a sensação de que
cumprimos o nosso cronograma de trabalho, mas que antes e depois nos
preocupamos com nós mesmos".
"Um padre nunca pertence a si mesmo", concluiu.
Fonte: Terra noticias
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Nota de www.rainhamaria.com.br
Diz na Sagrada Escritura:
"Ai de vós, filhos rebeldes! - oráculo de Javé. Fazeis planos
que não nascem de Mim, fazeis acordos sem a minha inspiração, de maneira
que amontoais erros e mais erros". (Isaías 30,1)
"Porque amavam mais a glória dos homens do que a glória de Deus." (Jo 12, 43)
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