segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

FELIZ 2013 PARA TODOS CRISTÃOS, QUE ACOMPANHARAM ESTE BLOG E MUITO OBRIGADO MEU DEUS E SENHOR.

MAIS UM ANO SE VAI, OU MELHOR PASSOU E DEIXOU SAUDADES; FIZEMOS O QUE PUDEMOS PARA EVANGELIZAR, MAS SERÁ, QUE FOI O SUFICIENTE? FORÇA IRMÃOS E IRMÃS, ESTAMOS JUNTOS, CAMINHANDO E REZANDO. DEIXO UM GRANDE ABRAÇO A VOCÊS IRMÃOS E IRMÃS, AMIGOS PELA FÉ.

MÁRCIO LEITE

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

AGRADEÇA A DEUS SEMPRE


LINDO DEMAIS CRISTÃOS


ABRAÇO DE PAI


RITUAL ROMANO DE EXORCISMO

  

Rituale Romanum
O Rituale Romanum (Ritual Romano em latim) é um livro litúrgico que contém todos os rituais normalmente administrados por um padre, incluindo o único ritual formal para exorcismo sancionado pela Igreja Católica Romana até finais do século XX. Além do exorcismo de demônios e espíritos, esse manual de serviço para padres também contém instruções para o exorcismo de casas e outros lugares que se acredita estarem infestados por entidades malignas.

Desenvolvimento


Escrito no ano de 1614 durante o papado do Papa Paulo V, o Rituale Romanum alertava os padres contra realizar os ritos de exorcismo em indivíduos que não estejam realmente possuídos. Mas com o avanço da ciência médica que podia diagnosticar com maior precisão doenças tanto físicas quanto mentais, os casos de possessão real – demoníaca (extremamente rara) e espiritual (comum) – tornaram-se muito mais difíceis de determinar. Muito do que se acreditava ser possessão demoníaca agora é diagnosticado como sendo esquizofrenia, paranóia, distúrbio de múltipla personalidade, disfunções sexuais, histeria, e outras neuroses resultantes de obsessões e terrores da infância. Desde sua publicação inicial no século XVII, o manual permaneceu inalterado até 1952, quando duas pequenas alterações no texto do ritual do exorcismo foram feitas.[www.arcanjomiguel.net]

Essas revisões mudaram, por exemplo, o texto em uma linha que dizia "sintomas de possessão são sinais da presença do demônio" para "sintomas de possessão podem ser sinal de demônio". Em outra sentença original, referia à pessoas sofrendo de condições além da possessão demoníaca ou espiritual como "aqueles que sofrem de melancolia ou outras enfermidades", e foi modificada para "aqueles que sofrem de enfermidades, particularmente enfermidades mentais".
Há padres, em número cada vez maior, que acreditam na existência de possessão demoníaca e enumeram sinais que indicam sua presença. De acordo com esses membros do clero, se um indivíduo demonstra habilidades paranormais, manifesta força física sobre-humana e, principalmente, fala em línguas, então ele pode ser um candidato para o ritual de exorcismo. A Igreja pode considerar esse indivíduo possuído quando os sintomas citados anteriormente são acompanhados de repulsa extrema por objetos sagrados. Um padre treinado na expulsão de demônios e espíritos malignos é então convocado e, somente após receber permissão de um bispo, pode realizar o centenário ritual do exorcismo.
[www.arcanjomiguel.net]

O ritual
 

terça-feira, 25 de dezembro de 2012

As Sete Meditações sugeridas por São João Bosco

23.12.2012 - O Papa Bento XVI, no dia 1 de Fevereiro de 2006 apresentou aos jovens o Fundador dos Salesianos, São João Bosco, sacerdote e educador, como “mestre de vida”: «Contemplai nele, queridos jovens, um autêntico mestre de vida e de santidade».
"Darei tudo para ganhar o coração dos jovens e, assim, poder ganhá-los para o Senhor"
São João Bosco
Desejo, meus filhos, que façais diariamente um pouco de meditação. Por isso, ofereço-vos alguns breves pensamentos para cada dia da semana, e espero que os lereis com atenção, caso não tenhais outro livro mais apropriado.
Depois de vos terdes ajoelhado, dizei:
"Meu Deus, arrependo-me de todo o coração por Vos ter ofendido; peço-vos a graça de compreender as verdades que vou meditar e de me inflamar de amor por Vós. Virgem Santíssima, Mãe de Jesus, rogai por mim".
Domingo - A finalidade do homem
1º) - Considera, meu filho, que Deus te criou à sua imagem e semelhança, que te deu uma alma e um corpo, sem que da tua parte houvesse para isso nenhum mérito. Ademais, pelo Batismo Deus fez-te seu filho, amou-te sempre e ama-te ainda como Pai amoroso; o único fim para o qual te criou é para que O ames e O sirvas nesta vida, e assim possas merecer um dia ser eternamente feliz com Ele no Paraíso.
Não penses que vives neste mundo para divertir-te, enriquecer-te, comer, beber e dormir, como os animais irracionais; pois o fim para o qual foste criado é infinitamente mais nobre e mais sublime; ou seja, para amar e servir a Deus nesta vida, e salvar assim a tua alma.
Se procederes assim, que consolo sentirás na hora da morte!...Mas, se pelo contrário não pensares seriamente em servir a Deus, que remorsos não sentirás naquele instante, em que reconhecerás claramente que as riquezas e os prazeres, que tanto procuraste na terra, só serviram para encher de amarguras o teu coração, fazendo-te ver o dano que causaram à tua alma!
Por isso, meu filho, não queiras ser daqueles que só pensam em satisfazer o corpo com actos, palavras e divertimentos censuráveis; e no fim da vida se encontrarão em grande perigo de perdição eterna.
O secretário de um rei da Inglaterra morreu exclamando: "Infeliz de mim! Gastei tanto papel para escrever as cartas do meu senhor, e não empreguei sequer uma folha de papel para anotar os meus pecados e fazer uma boa confissão!"
2º) - Verás melhor a importância do teu fim se considerares que a tua salvação eterna ou a tua eterna condenação dependem de ti.
Se salvas a tua alma, muito bem, serás feliz para sempre; mas se a perdes, perdes tudo: alma, corpo, Céu, Deus que é o teu fim...E para toda a eternidade serás desgraçado!
Não imites a loucura dos desgraçados que dizem: "Vou cometer agora este pecado, mas depois me confessarei". Não te enganes a ti mesmo com tais palavras, porque o Senhor amaldiçoa o homem que peca na esperança de obter perdão.
Lembra-te de que os condenados que estão no Inferno tinham a intenção de mais tarde se converter, e apesar disso perderam-se por toda a eternidade.
Estás seguro de que Deus te concederá tempo para te confessares?
Quem te garante que não morrerás logo depois de pecar e que a tua alma não será precipitada imediatamente no Inferno?
Não achas que seria loucura se te feristes gravemente, na esperança de encontrar depois um médico que te curasse?
Renuncia, pois, ao pensamento enganador de só mais tarde te consagrares ao serviço de Deus; hoje mesmo detesta e abandona o pecado, que é o maior de todos os males e que, desviando-te do teu fim último, te priva de todos os bens.
3º) - Quero também que conheças um terrível laço de que se serve o demónio para prender e levar à perdição grande número de cristãos: é deixar que se instruam na Religião, mas que depois não a pratiquem.
Sabem perfeitamente que Deus os criou para amá-Lo e servi-Lo; e no entanto empregam todo o tempo em lavrar a própria ruína eterna! De facto, quantas pessoas há no mundo que pensam em tudo, menos na sua salvação!
Se se diz a um jovem que frequente os Sacramentos, que faça um pouco de oração, etc., ele responde: "Tenho outras coisas que fazer, tenho que trabalhar, que me divertir...". Ó infeliz! E não tens uma alma para salvar?
Quanto a ti, jovem católico que lês estas considerações, não te deixes enganar pelo demónio; promete a Deus que de agora em diante todas as tuas palavras, pensamentos e ações se orientarão para a salvação da tua alma.
Grave loucura seria procurares com afinco o que deve acabar em pouco tempo e te esqueceres da eternidade que não tem fim.
São Luís Gonzaga poderia ter gozado de todos os prazeres, honras e riquezas deste mundo, mas renunciou a todos eles dizendo: "De que me servem estas coisas para a vida eterna?"
Conclui tu também com este pensamento: "Tenho uma alma; se a perco, perco tudo. Ainda que ganhasse o mundo inteiro à custa da minha alma, de que me aproveitaria?"
De que serve ao homem ganhar o mundo inteiro, se vier a perder a sua alma?
Se chego a ser um grande homem, um ricaço, se consigo atingir a celebridade como sábio que domina todas as ciências e todas as artes do mundo, mas depois perco a minha alma, de que me adiantarão todas estas coisas?
A própria sabedoria de Salomão não me valeria de nada se me condenasse. Diz, pois assim:
"Deus criou-me para salvar a minha alma, e quero salvá-la a todo o custo; amar a Deus e salvar a minha alma serão, a partir de agora, o único objetivo de todos os meus cuidados. Trata-se de ser eternamente feliz ou eternamente desgraçado; devo estar resolvido a perder tudo para me salvar. Meu Deus, perdoai os meus pecados e não permitais que nunca mais tenha a desgraça de Vos ofender; ajudai-me com a vossa santa graça para que Vos possa amar e servir fielmente. Maria, minha esperança, rogai por mim".
Segunda-Feira - O Pecado mortal
1º) - Se soubesses, meu filho, o que fazes cometendo um pecado mortal!
Voltas às costas a Deus, que te criou e cumulou de benefícios; desprezas a sua graça e a sua amizade; e dizes com os teus actos:
"Afastai-Vos de mim, Senhor, já não Vos quero obedecer, nem servir, nem Vos reconhecer por meu Deus. Não Vos servirei! Quero que o meu deus seja este prazer, esta vingança, esta cólera, esta má conversação, esta blasfêmia..."
Pode-se imaginar ingratidão mais monstruosa?
Entretanto, meu filho, foi isto o que fizeste todas as vezes que ofendeste ao teu Senhor.
2º)- Esta ingratidão é mais grave porque, para a cometer, tu te serves dos próprios dons que Deus te deu: ouvidos, olhos, boca, língua, mãos e pés foram-te dados por Deus, e tu os empregaste para ofendê-Lo.
Ouve o que te diz o Senhor:
"Meu filho, Eu criei-te do nada; Eu dei-te tudo o que tens; nasceste na verdadeira Religião; Eu concedi-te a graça do Batismo; podia ter-te deixado morrer quando estavas em pecado, e conservei-te a vida para não te mandar para o Inferno; e tu, esquecendo tantos benefícios, queres servir-te destes meios que Eu mesmo te dei, para Me ofender?
Como não morrer de dor diante desta enorme injúria lançada contra um Deus tão bom e tão benéfico em relação a nós, míseras criaturas suas?
3º)- Considera ainda que este Deus, apesar da sua bondade e misericórdia infinitas, não deixa de estar justamente indignado com as tuas ofensas, e que, quanto mais continuas a viver no pecado, tanto mais excitas contra ti a sua cólera.
Deves por isso temer que o senhor te abandone, se multiplicas os teus pecados. Não porque te falte a sua misericórdia, mas porque não terás tempo de pedir perdão, já que não merece a misericórdia do Senhor quem abusa dela para ofendê-Lo.
Grande é o número dos pecadores que viveram no pecado com a esperança de se converterem, e a morte chegou quando menos a esperavam. Deus não lhes deu tempo e, agora, estão perdidos para sempre.
Não tremes em pensar que pode acontecer-te o mesmo?
Depois de tantas culpas que Deus te perdoou, não poderá Ele castigar-te ao primeiro pecado mortal que cometas, e precipitar-te logo no Inferno?
Dá-Lhe graças por te ter esperado até agora e toma uma firme resolução, dizendo: "Ó meu Deus, quanto Vos ofendi até ao presente! Basta! Quero empregar toda a vida que me resta em Vos amar, em chorar os meus pecados, arrependendo-me deles de todo o coração; meu Jesus, quero amar-Vos, dai-me forças. Virgem Santíssima, Mãe de Deus, ajudai-me. Assim seja.
Terça-Feira - A morte
1º) - A morte consiste na separação da alma e do corpo, ficando completamente abandonadas todas as coisas deste mundo.
Considera, meu filho, que a tua alma deve necessariamente separar-se do coro, mas não sabes quando, nem onde, nem como te surpreenderá essa separação.
Não sabes se ela te apanhará na cama, no trabalho, na rua ou noutro lugar.
A ruptura de uma veia, uma infecção pulmonar, uma febre, um ferimento, um tombo, um terremoto, ou um raio são suficientes para te tirar a vida.
E isto pode acontecer-te dentro de um ano, de um mês, de uma semana, de uma hora ou talvez mal acabes de ler esta página.
Quantos estavam bem à noite, quando se deitaram, e foram encontrados mortos no dia seguinte! Quantos, atacados de apoplexia, morreram rapidamente. E para onde foram depois?
Se estavam na graça de Deus, felizes deles, são eternamente felizes. Se estavam no pecado, serão atormentados para todo o sempre.
E tu, meu filho, se morresses neste momento, o que seria da tua alma? Infeliz de ti se não estás preparado, porque o que não está pronto para morrer bem hoje, corre grande risco de morrer mal!
2º)- O lugar e a hora da tua morte não te são conhecidos, mas é certíssimo que ela virá. Ainda supondo que não te surpreenda uma morte repentina ou violenta, sem embargo, a última hora da tua vida há de chegar.
Nessa hora, estendido sobre o leito, assistido por um sacerdote que rezará junto de ti as orações dos agonizantes, rodeado pela tua família que chora, com o crucifixo numa mão e uma vela acesa na outra, te encontrarás às portas da eternidade.
A tua cabeça sentirá dores e não encontrarás repouso; a tua visão estará obscurecida; a tua língua estará a arder; a tua garganta, seca, o teu peito, oprimido, o sangue gelará nas tuas veias; o teu corpo será consumido pela enfermidade e o teu coração transpassado por mil dores.
Quando a alma tiver abandonado o corpo, este coberto com uma mortalha, será lançado num buraco, onde se converterá em podridão; os vermes o devorarão, e de ti só restarão alguns ossos descarnados e um pouco de pó mal cheiroso.
Abre uma tumba e observa o que restou de um jovem rico, de um homem poderoso no mundo; pó e podridão...O mesmo te acontecerá a ti.
Lê estas considerações com atenção, meu filho, e lembra-te de que elas se aplicam a ti, como a todos os outros homens.
Agora o demónio, para te induzir a pecar, esforça-se por te distrair deste pensamento, por encobrir e escusar a culpa, dizendo-te que não há grande mal em tal prazer, em tal desobediência, em faltar à Missa ao domingo; mas no momento da morte te fará conhecer a gravidade das tuas faltas e as representará a todas vivamente, diante de ti.
Que farás tu naquele terrível instante? Desgraçado de quem então se encontrar em pecado mortal!
3º)- Considera também que do momento da morte depende a tua felicidade ou desgraça eterna.
Estando para dar o último suspiro e à luz daquela última chama, quantas coisas veremos!
A Igreja acende duas velas por nós: uma no nosso Batismo, outra na hora da nossa morte; a primeira, para nos mostrar os preceitos da lei de Deus, que devemos observar; a segunda no transe da nossa morte, para examinarmos se os observamos corretamente.
Por isso, meu filho, à claridade daquela última luz verás se amaste a Deus durante a tua vida ou se O desprezaste; se respeitaste o seu santo Nome ou se O ofendeste com blasfêmias.
Verás as festas que profanaste, as Missas que não ouviste, as desobediências aos teus superiores, os escândalos que destes aos teus companheiros.
Verás aquela soberba e aquele orgulho que te enganaram; verás...
Mas (oh! meu Deus) tudo aquilo verás no momento em que se abre diante de ti o caminho da eternidade, momento do qual depende a eternidade inteira. Sim, daquele momento depende uma eternidade de glória ou de tormentos.
Compreendes bem o que te estou a dizer? Daquele momento depende para ti o Paraíso ou o Inferno; o ser para sempre feliz ou desgraçado, para sempre filho de Deus ou escravo do demónio, para sempre gozar com os Anjos e Santos no Céu ou gemer e arder para todo o sempre com os condenados no Inferno.
Teme muito pela tua alma, e reflete que de uma vida santa e boa dependem a boa morte e a eterna glória.
Sem perda de tempo, põe em ordem a tua consciência com uma boa Confissão, prometendo ao Senhor perdoar aos teus inimigos, reparar os escândalos que deste, ser mais obediente, não perder mais o tempo, santificar os dias consagrados a Deus, cumprir os deveres do teu estado.
E deste já, lançando-te aos pés de Jesus, diz-Lhe: "Meu Senhor e meu Deus, desde agora me converto a Vós; amo-Vos e quero-Vos amar e servir até à morte. Virgem Santíssima, minha Mãe, ajudai-me naquele momento terrível. Jesus, Maria e José, que a minha alma expire em paz nos vossos braços".
Quarta-Feira - O Juízo
1º) - É a sentença que o Salvador pronunciará no final da nossa vida, sentença com a qual será fixada a sorte de cada um de nós por toda a eternidade.
Quando tiver saído do corpo, a alma comparecerá imediatamente diante do divino Juiz. Esse encontro é terrível para o pecador, porque a sua alma se apresenta sozinha diante de um Deus ao Qual desprezou e ofendeu, de um Deus que conhece até ao último pensamento do seu coração.
Quem nos acompanhará naquele momento? Nada levaremos deste mundo, senão o bem ou o mal que tivermos feito, sejam bons, seja maus. Não haverá desculpas nem pretextos.
Santo Agostinho, falando daquele terrível instante, exprime-se assim: "Ó mortal, quando compareceres diante do criador para seres julgado, tu te encontrarás diante de um Juiz cheio de indignação, os teus pecados te acusarão; os demónios estarão prontos a executar a sentença; dentro de ti mesmo terás a consciência que te agita e te atormenta; e a teus pés o Inferno estará aberto para te engolir. Em tal aflição, para onde irás, para onde fugirás?"
Ditoso de ti, meu filho, se procedeste bem durante a vida!
2º) - Depois, o divino Juiz abrirá o livro das consciências e dará início ao exame:
- Quem és tu? Te perguntarás o Juiz inapelável.
- Sou um cristão.
- Bem, se és cristão, verei se te comportaste como tal.
Então começará a recordar-te das promessas feitas no Batismo, pelas quais renunciaste ao demónio, ao mundo e à carne; te representará as graças que te concedeu, os Sacramentos que recebestes, as pregações, as instruções, os conselhos dos teus confessores, as correções dos teus pais, tudo isto te será colocado diante dos olhos.
- Mas tu, dirá o divino Juiz, apesar de tantos dons, de tantas graças, como correspondeste mal à fé que professaste! Logo que chegaste ao uso da razão, começaste a ofender-Me com mentiras, com faltas de respeito na igreja, com desobediências aos pais e com muitas outras transgressões dos teus deveres. Se pelo menos te houvesses portado bem quando te tornaste mais crescido! Mas com a idade só cresceste no desprezo da minha lei. Missas perdidas, profanações de dias festivos, blasfêmias, más conversas, confissões mal feitas, Comunhões às vezes sacrílegas, escândalos dados aos teus companheiros; eis o que fizeste em vez de Me servires!"
Ao escandaloso, Se dirigirá cheio de indignação e dirá:
- Vês aquela alma que caminha pela senda do pecado? Foste tu que lhe ensinaste a maldade com as tuas palavras escandalosas; se tivesses sido bom cristão, deverias ter ensinado aos teus companheiros o caminho do Céu; mas fizeste exatamente o contrário, ensinando-lhes o caminho da perdição. Vês aquela alma que está no Inferno? Foste tu que ma roubaste com os teus pérfidos conselhos e a entregaste ao demónio, sendo tu a causa da sua perdição eterna. Agora a tua alma pagará a perfídia daquele escândalo.
Que te parece deste exame, meu filho? Que te dirá tua consciência? Ainda tens tempo, se quiseres. Pede a Deus perdão dos teus pecados, prometendo sinceramente nunca voltar a ofendê-Lo, e começa hoje mesmo uma vida cristã. Assim poderás adquirir um tesouro de boas obras para quando tiveres que comparecer diante do tribunal de Jesus Cristo.
3º) - Em vista de um exame tão rigoroso pelo divino Juiz, o pecador tratará de se desculpar, dizendo que não esperava ser julgado com tanta severidade. Mas o Senhor lhe responderá:
- Não ouviste naquela pregação do catecismo, não leste naquele livro que Eu ia pedir conta de tudo?
O desgraçado lembrar-se-á então da misericórdia divina; mas já não haverá misericórdia para ele, porque não merece misericórdia quem por tanto tempo abusou dela; com a morte acabou o tempo da misericórdia.
A alma lembrar-se-á dos Anjos, dos Santos, de Maria Santíssima; mas Ela em nome de todos dirá:
"Queres agora a minha proteção? Não Me quiseste por Mãe durante a tua vida. Agora também não te quero mais por filho; já não te conheço".
Então o pecador, encontrando-se perdido, pedirá gritando às montanhas e penhascos que o escondam; mas estes não se moverão. Invocará o Inferno, e o verá aberto diante de si.
Nesse mesmo momento, o Juiz inexorável proferirá a terrível sentença:
- Vai-te, filho infiel! Afasta-te de Mim! Meu Pai Celestial te amaldiçoa. Eu também te amaldiçoo! Vai-te para o fogo eterno, a gemer e penar no inferno, com os demónios, por toda a eternidade!
Aquela alma desgraçada, antes de se afastar para sempre do seu Deus, voltará uma última vez o olhar para o Céu e, no cúmulo do desespero, exclamará:
"Adeus, companheiros; adeus, amigos, que habitais no reino da glória; adeus pai, mãe, irmão, irmãs, vós gozareis eternamente, e eu serei para sempre atormentado, adeus. Anjo da minha guarda, Anjos e Santos do Paraíso, nunca vos verei, adeus, meu Salvador, Cruz santa, sangue divino derramado inutilmente por mim! Neste momento deixo de ser filho de Deus para ser no Inferno escravo do demónio".
Então aquela alma infeliz cairá nas garras dos demónios, que a arrastarão e precipitarão nos abismos de penas, de misérias e de tormentos eternos.
Não temes, meu filho, que te aconteça o mesmo? Ah! Por amor de Jesus e de Maria, prepara-te com boas obras para merecer uma sentença favorável. Lembra-te de que, quanto mais é espantosa a sentença proferida contra o pecador, tanto mais consoladoras serão as palavras de Jesus para o homem que tenha vivido cristãmente: "Vem; vem tomar posse da glória que te preparei. Tu Me serviste com fidelidade no breve tempo da tua vida; agora serás eternamente feliz. Entra no gozo do teu Senhor".
Meu Jesus, concedei-me a graça de ser do número desses bem-aventurados. Virgem Santíssima, ajudai-me, protegei-me na vida e na morte, e especialmente quando me apresentar no tribunal de vosso divino Filho para ser julgado!
Quinta-Feira - O Inferno
1º) - O Inferno é um local destinado pela Justiça divina para castigar com suplícios eternos os que morrem em pecado mortal.
A primeira pena que os condenados padecem no Inferno é a dos sentidos, por ser todo o seu corpo atormentado por um fogo que arde horrivelmente sem nunca diminuir.
Este fogo penetrará pelos olhos, pela boca e por todo o corpo, e cada um dos sentidos padecerá uma pena especial.
Os olhos ficarão obscurecidos pelo fumo e pelas trevas, e aterrorizados ao ver os demónios e os outros condenados.
Os ouvidos não ouvirão incessantemente senão gritos, uivos, prantos e blasfêmias.
O olfato será atormentado com o mau cheiro do enxofre e betume ardentes, que o sufocará.
A boca sofrerá sede ardentíssima e padecerá uma fome canina: "Sofrerão fome como cães" (Sl 58,7; 15).Deus permitiu que o rico Epulão, no meio aqueles tormentos, dirigisse um olhar a Lázaro, pedindo por misericórdia uma gota de água para aliviar o ardor que o consumia; mas até esta lhe foi negada.
Aqueles infelizes, no meio das chamas, devorados pela fome e sede, atormentados por um fogo que não cessa, bradam, uivam e desesperam.
Ah! Inferno, Inferno, como são desgraçados os que caem nos teus abismos!
E tu, meu filho, que dizes?
Se tivesses que morrer neste momento, para onde irias?
Se não podes suportar agora a ligeira chama de uma vela na mão, como poderás sofrer aquelas chamas por toda a eternidade?
2º) - Considera por outro lado, meu filho, o remorso que sentirá a consciência dos condenados. A sua memória, entendimento e vontade padecerão terrivelmente tormentos.
Recordarão continuamente o motivo porque se perderam, isto é, por terem querido satisfazer uma paixão qualquer, e este pensamento será para eles um verme roedor que nunca morrerá.
Pensarão no tempo que Deus lhe tinha concedido para se salvar da perdição; nos bons exemplos dos seus companheiros; nos propósitos feitos e não postos em prática. Pensarão nas pregações ouvidas, nos conselhos dos seus confessores, nas boas inspirações para deixar o pecado... E, vendo que já não há remédio, lançarão uivos desesperados.
A vontade nunca terá nada do que deseja, sofrendo pelo contrário todos os males.
O entendimento conhecerá o bem imenso que perdeu. A alma, separada do corpo e apresentada diante do divino tribunal, entreviu a beleza de Deus, conheceu a sua bondade, contemplou por um instante o esplendor do Paraíso, terá ouvido talvez os dulcíssimos e harmoniosos cantos dos Anjos e Bem-aventurados. Que dor, vendo que tudo isto lhe é arrebatado para sempre!
Que horrorosos tormentos! Quem poderá suportá-los?
3º) - Meu Filho, que agora não te preocupas em perder a Deus e o Paraíso! Esperas por acaso conhecer a tua cegueira, quando tantos companheiros teus, mais ignorantes e mais pobres do que tu, estiverem gloriosos e triunfantes no reino dos céus, e tu estiveres maldito por Deus e lançado fora daquela pátria bem-aventurada, do gozo de Deus, da companhia da Virgem Santíssima e dos Santos?
Decide-te, pois, a servir ao Senhor, e faz penitência. Não aguardes para quando não haja mais tempo. Entrega-te a Deus. Quem sabe se esta meditação não será o teu último convite da graça! Se não lhe correspondes, tu te expõe a que Deus te abandone e te deixe cair nos eternos suplícios.
Ah! Senhor, livrai-me das penas do inferno!
Sexta-Feira - A eternidade das penas
1º) - Considera, meu filho, que se caíres no Inferno, dele jamais saíras. Nele se padecem todas as penas, e todas elas para sempre.
Passarão cem anos, mil anos, e o Inferno estará apenas a começar; passarão cem mil anos, cem milhões de anos, milhões de milhões de anos e de séculos...e o Inferno estará ainda apenas a começar.
Se um Anjo anunciasse a um condenado que Deus haveria de o livrar do Inferno depois de passar tantos milhões de séculos como gotas de água que há no mar, ou folhas de árvores e grãos de areia no mundo, esta notícia lhe causaria logo um consolo indizível. "É certo, exclamaria, que é imenso o número de séculos que sofrerei, afinal, haverá um dia em que eles acabarão".
Mas, ai! passarão esses milhões de séculos e uma infinidade de outros, e o Inferno estará sempre apenas a começar.
Cada condenado quereria poder dizer a Deus: "Senhor, aumentai quanto quiserdes as minhas penas, e fazei-me permanecer aqui o tempo que quiserdes, contanto que me deis a esperança de ver este suplício acabar um dia!"Mas não! Este término e esta esperança jamais chegarão.
2º)- Se ao menos o condenado pudesse iludir-se a si mesmo, pensando consigo: "Quem sabe se Deus algum dia terá piedade de mim e me tirará deste abismo!"
Mas, não! Nunca terá esta esperança! O condenado terá sempre presente a sentença da sua condenação eterna: "Estes tormentos, este fogo, estes horríveis gritos, eu os terei para sempre".
Sempre! verá escrito nas chamas que o devoram. Sempre! na ponta das espadas que o transpassam; Sempre!, nas horríveis fisionomias dos demónios que o atormentam; Sempre!, naquelas portas fechadas que nunca se abrirão para ele!
Ó eternidade, ó abismo sem fundo! Ó mar sem limites! Ó caverna sem saída! Quem não tremerá pensando em ti? Ó maldito pecado, que tremendos suplícios preparas para quem te comete! Ah! Basta de pecados, basta de pecados em toda a minha vida!
3º)- O que deve encher-te de espanto é pensar que esta horrível fornalha está sempre aberta debaixo dos teus pés e que basta um único pecado mortal para cair nela.
Compreendes, meu filho, isto que lês? Um pecado que cometes com tanta facilidade merece uma pena eterna. Uma blasfêmia, uma profanação dos dias festivos, um furto, um ódio, uma palavra, um acto, um pensamento obsceno, bastam para condenar-te às penas do Inferno.
Ah! meu filho, ouve atentamente o meu conselho; se a consciência te censura de algum pecado, vai imediatamente confessar-te para principiar logo uma boa vida; põe em prática todos os conselhos do teu confessor e se for necessário faz uma confissão geral; promete fugir das ocasiões perigosas, das más companhias, e se Deus te chamar a deixar o mundo, obedece-Lhe com prontidão.
Tudo o que se faz para evitar uma eternidade de tormentos é pouco, é nada: "nenhuma segurança é excessiva quando está em jogo a eternidade", escreveu São Bernardo.
Oh! quantos jovens na flor da idade abandonaram o mundo, a pátria, a família e foram sepultar-se nas grutas e desertos, não vivendo senão de pão e água, às vezes só de algumas raízes!...E tudo isto para evitarem o Inferno!
E tu, o que fazes, depois de merecer tantas vezes o Inferno pelo pecado?
Lança-te aos pés do teu Deus e diz-Lhe: "Senhor, vede-me pronto a fazer tudo o que quiserdes; já Vos ofendi demais até agora; de hoje em diante não Vos quero mais ofender; enviai-me, se preciso, todos os males nesta vida, desde que possa salvar a minha alma".
Sábado - O Paraíso
1º)- Quanto mais espanta a consideração do Inferno, tanto mais consola a do Paraíso, que foi preparado por Deus para todos os que O amam e servem na vida presente.
Para fazeres uma ideia dele, imagina uma noite serena.
Que belo é o céu, com tanta multidão e variedade de estrelas!
Umas são maiores que outras; enquanto algumas aparecem pelo Oriente, outras desaparecem no Ocidente, sendo muito variadas no que diz respeito ao tamanho, cor, etc.
Mas todas elas se movem, na imensidão do espaço, com admirável harmonia e segundo a vontade de Deus, seu Criador.
Imagina ademais que a luz do sol te deixe ver durante um belo dia a lua e as estrelas que há no firmamento; imagina também tudo o que há de precioso no mar, na terra, nos diversos países, nas cidades e nos palácios dos reis e monarcas de todo o mundo; acrescenta a isto as mais finas bebidas, os alimentos mais saborosos, a música mais doce, a harmonia mais suave...Pois tudo isto é nada, comparado com a excelência dos bens e dos gozos do Paraíso!
Quanto devemos desejar a posse daquele lugar, onde se gozam todos os bens, sem mescla alguma de mal!
A alma bem-aventurada só poderá exclamar: "Eu me saciarei com a visão da vossa glória" (Sl 16,15).
2º)- Considera, ademais, a alegria que tua alma sentirá ao entrar no Paraíso.
Sairão a recebê-la os teus parentes e amigos, e ali verás a nobreza e beleza dos Querubins e Serafins, de todos os Anjos e de todos os Santos, que em multidão louvam o seu Criador.
Verás também os Apóstolos, o imenso número de Mártires, Confessores e Virgens, e uma grande multidão de jovens que se conservaram puros e por isso cantam a Deus um hino de glória inefável.
Oh! quanto gozam naquele Reino os bem-aventurados! Estão sempre alegres, pois não padecem o menor sofrimento, nem penas que venham turbar a sua paz e contentamento.
3º)- Observa, filho, que tudo isto não é nada em comparação com o grande consolo que sentirá a alma ao ver Deus.
Ele consola os Bem-aventurados com o seu olhar amoroso e derrama no seu coração torrentes de delícias.
Assim como o sol ilumina e embeleza todos os objetos aonde chega a sua luz, assim Deus ilumina com a sua presença todo o Paraíso e cumula os seus felizes habitantes com prazeres inexprimíveis.
NEle, como num espelho, verás todas as coisas, gozarás de todos os prazeres da mente e do coração.
Quanto, no Monte Tabor, São Pedro viu uma única vez o rosto de Jesus radiante de luz, foi cumulado de tanta doçura, que fora de si exclamou: "É bom para nós estar aqui!" (Lc 9,33)
Que alegria será então o contemplar, não por um instante, mas para sempre, a vista daquela face divina que apaixona os Anjos e os santos, e que embeleza todo o Paraíso!
E a formosura e a amabilidade de Maria, de quanto gozo inundará o coração dos bem-aventurados! "Como são amáveis as tuas moradas, Senhor Deus dos Exércitos!" (Sl 83,2).
Por isso, todos os coros de Anjos e todos os Bem-aventurados cantarão a sua glória, dizendo: "Santo, Santo, Santo é o Senhor Deus dos exércitos! A Ele toda a honra e toda a glória, por todos os séculos dos séculos".
Coragem, pois, meu filho! Algo terás que sofrer neste mundo, mas não importa! O prémio que te espera no Paraíso compensará infinitamente todos os males que tenhas padecido na vida presente.
Que consolo será o teu quando te encontrares no Céu em companhia de parentes e amigos, dos Santos e dos Bem-aventurados, e puderes exclamar: "Estou salvo e estarei para sempre com o Senhor!"
Então bendirás o momento em que deixaste o pecado, em que fizeste uma boa confissão e começaste e frequentar os Sacramentos.
Bendirás o dia em que, deixando as más companhias, te entregaste à virtude. E, cheio de gratidão, te voltarás para o teu Deus e Lhe cantarás louvores e glórias por todos os séculos dos séculos. Assim seja
www.rainhamaria.com.br

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Verdades de fé

Escrito por José Augusto Ramos Domingo, 14 Outubro 2012 22:07
dossier_ano_da_fe_04_credos
As verdades de fé no Antigo Testamento davam uma longa lista, das que preenchem tratados e dicionários de teologia bíblica. Aqui focaremos apenas alguns núcleos.
A ideia de fé podia levar-nos a considerar o pensamento bíblico radicalmente diferente do dos outros povos, por implicar verdades reveladas. Diferenças existem, sem dúvida. Porém, entre todas as culturas contemporâneas da Bíblia, encontramos convicções essenciais partilhadas, nas quais assentam o sentido, a lógica e as expetativas principais para o mundo e a vida.
Mesmo em períodos mais fechados, a Bíblia sempre manteve certezas profundas em estado de partilha. A isto chamamos o mundo original da Bíblia. E as verdades aqui assumidas brotam de várias fontes. Indicaremos quatro.

1. Dos conceitos essenciais

Cada uma das principais culturas intuiu e elaborou em conceitos fundamentais as co-ordenadas com que define o sentido do universo. Os termos são diferentes, mas a função é universal e análoga.
Para os egípcios, o conceito de ma´at exprimia, numa só palavra, todos os conceitos e valores essenciais. Para o traduzir, costumam usar-se vários termos como verdade, bem, ordem, harmonia, beleza. Tudo o que é essencial cabe numa só palavra.
Os sumérios serviam-se do termo me, para com ele representar uma longa lista de realidades de grande significado, desde conceitos como a realeza até instrumentos como a enxada.
Na Mesopotâmia semita, o essencial exprime-se por ideias e valores representados pelos termos mesharum (retidão, direito), shimtum (destino, função, vocação) e nemêqum (profundidade, sabedoria, mistério). Com eles se faz o principal da sua teologia.
No mundo semítico ocidental, onde a Bíblia se enquadra mais diretamente, esta intuição de uma ordem, que significa justeza, funcionalidade, eficácia e satisfação, pressente-se por todo o lado e exprime-se com o conceito de justiça, sedeq. Mesmo que nos pareça surpreendente, é este conceito que garante sentido e estabilidade ao mundo e à vida, implicando nessa justiça a verdade, o bem e a beleza como seus satélites e sinónimos. Todo o cumprimento da aliança se resume em ser justo (Dt 6,20-25).
No fundo, não andamos longe do que acontece entre os contemporâneos e particularmente no Egipto. Os pontos de discordância e confronto histórico entre os hebreus e o Egito não impedem que aconteça esta surpreendente sintonia no essencial.
É sobre este conceito de justiça que assenta, na Bíblia, toda a ordem do mundo e toda a dinâmica, qualidade e generosidade que cabem nos comportamentos humanos. Quando São Paulo define, numa fórmula teológica, o padrão mais elevado de crescimento espiritual e religioso do humano, chama-lhe justiça e justificação (Rm 3,21-31; Gl 2,15--21). É o ponto culminante na sua teologia.
Este conceito situou-se no âmago da teologia de forma tão essencial, que chegou a ser pomo de discórdia de algumas dissidências hermenêuticas entre cristãos. Por mais inovador que possa ser, Paulo está, neste ponto, a realizar a melhor hermenêutica sobre as convicções e verdades essenciais de fé de todo o mundo espiritual de que nasce a Bíblia.
A sua teologia da justificação tem, por conseguinte, raízes profundas através e para além da própria Bíblia.

2. Das narrativas estruturais

Foi em grandes narrativas míticas que aquelas culturas recolheram as coordenadas com que organizam a sua imagem do mundo e da vida. Os mitos são a sua literatura maior, a parte marcante do seu cânone. E alguns temas destes mitos estão intensamente presentes na Bíblia, desde o Génesis (Gn 1-11) ao Apocalipse. Dessas narrativas matriciais emerge a ideia de que as divindades são a referência primordial e o modelo em que se define a função e o sentido da presença dos humanos no mundo. É assim que estes são imagem de Deus (Gn 1,26-28).
Esta fé no sentido da criação representa a confiança, a satisfação e a expetativa de eficácia para as tarefas a desempenhar, quando são felizes e também quando são pesadas e sofridas. Viver é bom (Gn 1,4.10.12.18.21. 25.31), apesar de tudo.
Na maneira de pensar e definir a Deus sente-se um sadio equilíbrio entre uma imagem de Deus identificado com dimensões essenciais do ser e da vida e uma consideração mais transcendente do mesmo como pessoa. Na primeira, Deus é objeto principal de contemplação sobre o sentido de tudo; na segunda, Ele é a pessoa com quem a consciência se corresponde em relação de diálogo e transcendência.
Temos assim expressa a dimensão objetiva e a dimensão subjetiva e dialogal da consciência humana. Por um lado é teologia; por outro é oração. Mesmo com esta dimensão de transcendência estruturante da consciência humana, o divino continua a ser entendido como dimensão integrada na grande unidade de sentido, ordem e eficácia que é o universo.
Há uma lógica envolvente em que se inclui o próprio Deus. É frequente Deus aparecer em cumplicidade com ideias englobantes que naturalmente seriam vistas como seus mensageiros e mediadores. Um dos casos mais notórios é a sabedoria (Pr 8,22-36); com ela se podem recontar as maravilhas da história da salvação, atribuindo-lhe o papel de Deus (Sb 10-19). Foi imensa a ressonância da sabedoria na evolução do pensamento bíblico e cristão, contrariamente ao que tinha na mitologia grega.

3. Da História

As verdades universais referidas, apresentam-se pela Bíblia fora sob a forma de postulados mais profundos do que um simples credo. Podemos dizer que representam a fé maior. Entretanto, o que se costuma rotular como credo específico da tradição hebraica é uma série de verdades que poderiam muito bem andar perdidas por entre a profusão incomensurável de acontecimentos da história passada.
É com essas memórias privilegiadas que Israel formula algumas convicções de fé que lhe dão identidade e traçam o seu itinerário de fé. É o caso do pequeno credo histórico, que começa com «Meu pai era um arameu errante; desceu ao Egito com um pequeno número…» (Dt 26,5-10). É a experiência da história como espelho das verdades de fé.
Este tema é recorrente por toda a Bíblia (Ne 9,6-37; At 3,12-26) e tem um dos últimos e mais brilhantes exemplos no discurso judaico-cristão de Estêvão (At 7,1-53). O passado evocado por ele é minuciosamente ex-posto e vai até ao reinado de David. Na memória da libertação assenta uma visão feliz da história como salvação e de um futuro bafejado pelas esperanças de ordem e justiça que as mitologias fundamentais assentavam como postulado. As ações de salvação do passado antecipavam garantias para um futuro igualmente salvador.
O horizonte final da História é uma revelação de luz (Ap 22,5), tal como foi no princípio (Gn 1,3). E se o credo histórico parecia amiúde estreitar-se em nacionalismo, ele reaparece de novo em chave humana e universal. 

4. Do humano

Aqui encontramos outra matriz universal de verdades profundas. O humano é marcadamente universal, não só porque é parecido, mas porque é essencialmente social e comunitário. A fórmula do humano é família e comunidade solidária, prolongada em memória e em história, miticamente planetária. O conceito de salvação e realização humanas incide principalmente neste destino e sentido instaurado em plena comunhão.
Mas é pela dimensão pessoal da consciência humana que se abre a porta de acesso à conceção pessoal de Deus. E esta pode ser uma das marcas específicas da verdade bíblica. O texto de Gn 1,26 não parecia definir a imagem de Deus aplicada ao ser humano por este matiz de relação interpessoal. São as tarefas que ali atribuem a correspondência de imagem.
Neste ponto íntimo e sensível de identidade para cada humano é que se desenha a porta e se oferece a chave, abrindo acesso à contemplação de Deus como Tu absoluto e fechando a linha do horizonte com o encontro entre o caminho e a meta procurada.
Esse ponto de transcendência está referenciado no mais íntimo de si mesmo, conforme já matizava Santo Agostinho, bom hermeneuta e exegeta bíblico.
O salmo 8 traduz bem este campo de intensas verdades do humano, situadas entre a exaltante cumplicidade cósmica, seu enquadramento e tarefa, e o núcleo denso da consciência individual. Íntimo reduto, onde todo o caminho se começa e todo o caminhar se consuma.

domingo, 2 de dezembro de 2012

FIM DOS TEMPOS...

CUIDADO IRMÃOS E IRMÃS!

Quais são os Atos de Misericórdia?

AS 14 OBRAS DE MISERICÓRDIA

As obras de misericórdia citados no Evangelho são principalmente sete corporais e sete espirituais. As corporais são as seguintes:


1 – Dar de comer a quem tem fome
2 – Dar de beber a quem tem sede
3 – Vestir os nus
4 – Dar pousada aos peregrinos
5 – Visitar os enfermos e encarcerados
6 – Remir os cativos
7 – Enterrar os mortos

As obras de misericórdia espirituais são estas:

1 – Dar bons conselhos
2 – Ensinar os ignorantes
3 – Corrigir os que erram
4 – Consolar os aflitos
5 – Perdoar as injúrias
6 - Sofrer com paciência as fraqueza do próximo
7 – Rogar a Deus pelos vivos e defuntos

As obras de misericórdia são as ações caritativas pelas quais socorremos o próximo nas suas necessidades corporais e espirituais . (CIC $2447)
O amor da Igreja pelos pobres... faz parte de sua tradição constante. Inspira-se no Evangelho das bem aventuranças, na pobreza de Jesus e em sua atenção aos pobres. O amor aos pobres é também um dos motivos do dever de trabalhar “para se ter o que partilhar com quem tiver necessidade” Não se estende apenas a pobreza material, mas também às numerosas formas de pobreza cultural e religiosa (CIC $ 2444)
Fonte de Pesquisa: Livro: "A Confissão Sacramental" autor - Pe. Raimondo Marchioro e Catecismo da Igreja Católica