Os
Dons de Santificação ou Dons do Espírito Santo são como hábitos ou disposições
sobrenaturais que nos conduzem a pensar, julgar e agir em todas as
circunstâncias como fariam Cristo Nosso Senhor ou Sua Santíssima Mãe, se
estivessem em nosso lugar. Com efeito, aqueles que se deixam conduzir com
docilidade pelo Espírito Santo comportam-se de um modo divino e, por isso
mesmo, santo.
“Doador
dos sete dons” ou “septiforme nos teus dons” é como se chama o Espírito Santo
nos cânticos, ladainhas e hinos que lhe são dedicados. O texto bíblico que lhe
deu origem é Isaías 11, 1 – 3, em cujo original encontramos um elenco de seis
dons, sendo o último, o temor do Senhor, citado duas vezes:
“Um renovo sairá do tronco de Jessé,
e um rebento brotará de suas raízes.
Sobre ele repousará o Espírito do Senhor,
Espírito de sabedoria e de entendimento,
Espírito de prudência e de coragem,
Espírito de ciência e de temor ao Senhor.
(Sua alegria se encontrará no temor ao Senhor).”
A
esta lista de seis dons, a Vulgata Jerominiana e a Tradução Grega dos 70
(Septuaginta) acrescentaram a piedade, eliminando a dupla menção do temor de
Deus e obtendo assim o número de sete.
Entre
os dons do Espírito Santo, o dom da Ciência
ocupa o primeiro lugar, pela sua importância na vida
espiritual. O dom da Ciência faz com que se substitua a mentalidade mundana,
isto é, meramente humana, pela maneira de ver de Deus. A alma passa então a
julgar todas as coisas à luz da fé, e compreende com toda a nitidez o fim
sobrenatural do homem e a necessidade de subordinar-lhe todas as realidades
terrenas.
O
dom do Conselho tem
por finalidade aperfeiçoar a virtude da prudência, fazendo com que a alma possa
discernir de imediato o que deve fazer ou deixar de fazer, tanto no que diz respeito
à sua própria conduta como à do próximo.Trata-se como que de um conjunto de
raciocínios iluminados pela graça de Deus que nos mostra de maneira nítida e
precisa o que convém fazer ou evitar de fazer em determinadas circunstâncias.
Esse “golpe de vista” tão preciso, é resultado do estudo e da reflexão, mas é
também como que um “instinto sobrenatural” que provém do dom do Conselho.
O
dom do Entendimento é
uma disposição sobrenatural da alma que lhe permite captar e compreender de
maneira extremamente clara e como que por intuição determinados mistérios de
nossa fé ou até mesmo passagens das Sagradas Escrituras. Sob o influxo desse
dom a alma penetra de maneira extremamente clara nos mistérios revelados, capta
o alcance das verdades mais profundas da fé, deixa-se conduzir por caminhos de
uma oração sempre mais vivenciada.
O
dom da Sabedoria pode
ser definido como uma disposição sobrenatural da inteligência que leva a dar
valor àquilo que diz respeito às coisas de Deus e à glória de seu nome. " A sabedoria vale mais que as pérolas e
jóia alguma a pode igualar " (Prov 8, 11). O dom da
sabedoria não se aprende nos livros mas é comunicado à alma pelo próprio Deus,
que ilumina e enche de amor a mente, o coração, a inteligência e a vontade.
O
dom da Piedade consiste
numa disposição sobrenatural da alma que a inclina, sob a ação do Espírito
Santo, a comportar-se nas suas relações com Deus como uma criança muito
carinhosa se comporta com seu pai, por quem se sabe imensamente amada e
querida.
O
dom da Fortaleza é
a capacidade que o Espírito Santo nos dá de viver e suportar as provações e de
uni-las às provações de Cristo. A alma totalmente entregue ao Espírito Santo
encontra, no dom da Fortaleza, uma disposição sobrenatural que a torna capaz de
empreender as ações mais difíceis e de suportar as provas mais duras por amor a
Deus e pela glória de seu nome.
O
dom do Temor de Deus é
uma disposição sobrenatural da alma que a faz experimentar um imenso respeito
por Deus e uma complacência sem limites na sua bondade de Pai. Não se trata de
temor servil, nem de temor de desagradar, mas de temor reverencial: Deus é tão
grande, tão todo-poderoso, que queremos servi-lo e amá-lo de todo coração
porque Ele é nosso Tudo.
"
Já não sou eu que vivo, é
Cristo que vive em mim " (Gal 2,20)
DONS DE SERVIÇO
“Os
ministérios são diversos, mas um só é o Senhor”(1 Cor 12,5). Ao fazer esta
afirmação, São Paulo coloca todos os ministérios – serviços – em submissão a
Jesus Cristo, que é a cabeça da Igreja.
Deus
chama cada um de seus fiéis a exercer um serviço específico dentro da sua
Igreja, com a finalidade de cada vez mais edificar o corpo e a casa de Deus.
Quantos
são os ministérios? Tantos quantos se fizerem necessários para a evangelização
de toda a humanidade.
Na
Renovação Carismática Católica existem serviços relativos à sua espiritualidade
específica, como a cura e a libertação, o aconselhamento, a profecia, entre
outros. O termo “ministério”, portanto, é amplamente utilizado pela Renovação
Carismática, para designar de uma maneira geral os mais diversos serviços
pastorais. São estes alguns dos serviços mais comuns: ministério de cura,
ministério de música, ministério de coordenação de grupos de oração,
ministérios de servos de Seminário de vida no Espírito Santo, ministério de intercessão,
ministério de pregação, ministério de evangelização, ministério de ensino.
Ao
exercerem seu ministérios, os servos participam do ministério de Cristo.
“Ministério”, portanto, é um serviço prestado à comunidade com a capacitação
dos carismas. Todos os cristãos têm todos os carismas do Espírito Santo na
medida da necessidade da comunidade, mas exercem um ministério específico que
depende mais de um carisma que de outro. Por exemplo, o ministério de cura
necessita muito mais do carisma de cura; o ministério de profecia necessita do
carisma da palavra da profecia; o coordenador do grupo de oração necessita da
palavra de sabedoria e do discernimento, enquanto exerce a coordenação do
grupo, além do carisma do amor para cuidar dos membros do grupo como o bom
Pastor cuidou de suas ovelhas, e assim por diante. Os ministros são
capacitados, portanto, com o dom específico que os impulsiona a agir.
“Cada qual use o Dom recebido a serviço dos outros, como
bons administradores da multiforme graça de Deus” (1 Ped 4,10)
OS FRUTOS DO ESPÍRITO SANTO
Se
o Espírito Santo colocou em nós as admiráveis disposições que são os sete dons
(Ciência, Conselho, Entendimento, Sabedoria, Piedade, Fortaleza, Temor de
Deus), foi para que déssemos muito fruto .
“Eu vos escolhi e vos destinei para que vades e deis fruto, e o vosso fruto
permaneça” (Jo 15,16), disse Jesus a seus apóstolos.E esse
fruto será tanto mais abundante e saboroso quanto mais docilmente o ramo se
deixar podar e limpar pelo Vinhateiro Divino (Jesus), aceitando generosamente
os pedidos que Ele nos fizer.
O
primeiro fruto do Espírito Santo é a Caridade
, que se traduz por um imenso amor ao Pai, amor esse que traz
em si o amor ao próximo. “Se alguém disser: ‘Amo a Deus', mas aborrecer o seu
irmão, mente” (1 Jo 4,20).
O
segundo fruto do Espírito Santo é a Alegria
: Deus quer ver a alegria reinar no coração de seus filhos pois
Ele não nos criou para a tristeza. “Alegrai-vos sempre no Senhor; outra vez vos
digo: alegrai-vos” (Fil. 4,4).
O
Amor e a Alegria, que são os primeiros frutos do Espírito Santo, produzem na
alma uma Paz indescritível
e inabalável, Paz esta que constitui o terceiro dos frutos. “A paz de Deus que
sobrepuja todo o entendimento” (Fil. 4, 7).
Os
frutos seguintes, Paciência e Longanimidade, dispõem a alma para se comportar
como é preciso perante as adversidades.
A
Paciência sobrenatural
permite suportar, por amor a Deus, os sofrimentos físicos e morais. São Paulo
exortou continuamente os primeiros cristãos a buscá-la: “Revesti-vos de
paciência” (Col 3,12), “Tendes necessidade de paciente perseverança” (Heb
10,36).
De
maneira semelhante, a Longanimidad
e sobrenatural é a disposição da alma que nos permite esperar -
sem queixas nem amargura – a realização dos planos de santidade que Deus tem
para nós. É uma certeza de que se cumprirão na alma todos os desígnios eternos
de Deus sobre ela; e esta certeza, esta segurança, leva a alma a uma paz que
nada pode perturbar.
Além
destes frutos que se destinam a aperfeiçoar a alma em si mesma , há os frutos que a
dispõem bem para com o próximo e que são a bondade, a benignidade, a mansidão e a fidelidade.
A
Bondade é
uma disposição sobrenatural da vontade que nos inclina a querer todo o tipo de
bem para os outros. Entretanto, não basta apenas querer o bem dos outros; para
que o amor seja eficaz deve se traduzir em atos, e o que nos leva a fazer
concretamente o bem aos outros é a Benignidade
. A Mansidão
dispõe a vontade para suportar as contrariedades com suavidade
e sem irritação, isto é, sem dar mostras de impaciência e muito menos de cólera
Finalmente, a Fidelidade
é a qualidade sobrenatural que nos inclina a dar ao próximo
tudo o que lhe é devido, sob que forma for. É a justiça perfeita. É o que
devemos ao próximo ? Amor, um amor misericordioso, gratuito, benevolente e
compassivo.
"
Carregai uns os fardos dos
outros, e assim cumprireis a lei de Cristo " (Gal 6,2)
"
Bem aventurados os mansos
porque possuirão a terra " (Mt
5,5)
" A caridade é
paciente, a caridade é prestativa, não é invejosa, não se ostenta, não se
incha de orgulho,nada faz de inconveniente, não procura o seu próprio
interesse, não se irrita, não guarda rancor " (1 Cor 13, 4 – 5).
Fonte: http://agnusdei.50webs.com/div27.htm
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